Do blog amador à cobertura de festivais, descubra a trajetória do crítico de cinema Rafael Carvalho

“A crítica de cinema é importante porque os filmes são importantes", diz o famoso crítico americano de cinema Roger Ebert. É por acreditar nisso que conversamos com o professor e crítico de cinema Rafael Carvalho, nesta segunda-feira (24), durante sua participação na 10ª edição do Curta na Uneb. O evento, que retomou as atividades após uma pausa de 5 anos, promoveu a exibição de produções audiovisuais realizadas pelos estudantes do curso de Jornalismo em Multimeios do 7º período. 


Rafael, além de ser jornalista e crítico do A Tarde, é também é professor do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Para trazer mais detalhes sobre o campo do audiovisual e o trabalho de um crítico especializado em cinema, Rafael Carvalho comentou sobre sua trajetória, rotina produtiva como crítico e sobre o papel fundamental do jornalismo no cinema.

oda de conversa com Rafael Carvalho. Foto: Multiciência

MultiCiência: Como surgiu esse desejo de atuar como um crítico profissional de cinema?


Rafael Carvalho: Foi dentro da faculdade, porque quando fiz o vestibular para o curso de jornalismo, que pedia filmes ao invés de livros para fazer a prova. E a partir desse momento, eu comecei a gostar muito de cinema, ou, na verdade, eu já gostava antes, mas comecei a olhar o cinema de uma outra forma. Quando entrei no curso de jornalismo, o que me aproximava do cinema era a crítica de filmes. Então, eu comecei a me aprofundar em cinema e criei com uma amiga, um blog de cinema no qual eu escrevia amadoramente as críticas. Ela depois saiu do blog, eu continuei e aí não parei mais.


MultiCiência: Como é seu processo de escrita das críticas?


Rafael Carvalho: Eu costumo fazer anotações durante o filme, que é uma coisa que muitos críticos não fazem, porque consideram que tira um pouco da concentração. Às vezes, eu sinto isso e não anoto nada, porque é diferente quando você assiste um filme sabendo que você vai ter que escrever um texto e quando você assiste sabendo que você não vai ter que escrever. Muitas vezes durante a exibição, o crítico de cinema já está buscando o ponto central do filme. Cada jornalista tem o seu processo de escrita, o meu processo, eu costumo dizer que ele é um pouco caótico, porque eu gosto muito de jogar ideias e a partir delas vão surgindo os parágrafos. Eu gostaria muito de começar o texto organizado e a crítica já pronta na minha cabeça, mas isso não acontece. É um exercício interessante, porque você tenta encontrar a sua percepção do filme no momento em que você escreve.



MultiCiência: Como é a rotina de cobrir um festival de cinema ou de curtas ?


Rafael Carvalho: Os festivais são de outro mundo, quando eu estou na cobertura de um festival de cinema, eu dedico 100% do meu tempo é para isso. Você assiste filmes, escreve, come e dorme,  acaba que você não faz outra coisa da sua vida além disso. Durante a cobertura, muitas vezes eu assisto dois, três, quatro filmes em apenas um dia do festival. É uma dinâmica que te exige muito,    um é um período de concentração e que você esteja ali presente. Entretanto, é também muito estimulante, porque às vezes são filmes muito recentes que você está tendo contato, além de conhecer os diretores, os realizadores, os atores dos filmes, podendo até mesmo falar e entrevistar eles nas coletivas. Eu que faço cobertura com um jornal, um jornal diário, então, às vezes, eu tenho que fazer entrevista, fazer matéria do factual e tal, mas assim, eu gosto muito de estar nos festivais, de participar dos festivais e é uma loucura, mas é uma loucura boa.


MultiCiência: Atualmente, principalmente nas redes sociais existe o costume de elevar filmes considerados de prestígio em comparação com obras de gênero como terror ou comédia. Na sua profissão existe essa hierarquização ?


Rafael Carvalho: Não, eu não acredito nesse sentido. Cada filme tem um viés diferente, se eu assisto a uma comédia romântica como “Os materialistas", eu tenho que pensar apenas nele. Você tem que pensar em que tipo de filme é aquele, qual tipo de público o filme é destinado. A comédia romântica tem o mesmo valor que um drama, ela tem que ter o mesmo valor que qualquer outro filme. Porque cada filme acho que ele exige uma postura diferente da pessoa. Então, tem um filme que vai te exigir um lado da comédia, outros vão trazer temas mais pesados e sensíveis. De uma certa forma, cada filme te ensina uma direção diferente.


MultiCiência: Tem algum crítico de cinema atual que você gostaria de recomendar? 


Rafael Carvalho: Existem vários, eu gosto muito do José Geraldo Couto, o Inácio Araújo e da Neusa Barbosa, que são grandes críticos. O Pablo Villaça é um crítico mais comercial, mais conhecido também assim de um grande público. Eu gosto muito de uma crítica brasileira chamada Andreia Orband, que ela escreve muito sobre filmes brasileiros e eu acho ela uma das grandes críticas que a gente tem no Brasil.


Rafael já fez críticas de diversos filmes famosos como Parasita e o recém lançado O Agente Secreto, e podem ser acessadas e lidas em seu site Moviola Digital, onde está o acervo de seus textos publicados.


Por Guilherme Passos, estudante de Jornalismo em Multimeios na Uneb e colaborador da Agência de Notícias MultiCiência.


O Tempo do rio reviver

Na Piracema, a pesca silencia para que a vida siga. Pescadores artesanais relatam o impacto do Defeso no cotidiano, na economia e na preservação do São Francisco.
Foto: Inês Eugênia Cruz
Nas margens do Velho Chico, os destinos das águas ganham destaque ao se encontrar com o lançar das redes. Para as comunidades ribeirinhas, a pesca se torna um instrumento de identidade e saber popular, ao trazer em sua prática sustentável o respeito às transformações e o ciclo da natureza com a convivência harmoniosa com o rio.

No entanto, o olhar dos pescadores que convivem diariamente com as mudanças do curso d'água, oferece um novo olhar que revela o desgaste ambiental que afeta não somente a natureza, mas o modo de vida tradicional das comunidades. A pescadora Ana Ceres de Souza, de 30 anos, filha do fundador da Colônia de Pescadores de Juazeiro, traduz a crise e o esforço diário em sua rotina.

“Tem dia que a gente precisa descer o rio e subir de novo para tentar achar alguma coisa, e isso gasta muito óleo. O rio está muito poluído. Ele está baixo. E quando o rio baixa desse jeito, o peixe não sobe e não sobrevive. A água já não é mais a mesma.” 


O rio São Francisco percorre 505 municípios em seis estados: Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe e conta com mais de 300 espécies que trazem sustento e alimento para milhares de famílias. A fala de Ana Ceres é o retrato vívido do desequilíbrio entre a importância do manancial e a fragilidade de sua situação atual, marcada pela poluição.


Mais que ofício: um modo de existir às margens do Velho Chico.

Foto: Inês Eugênia Cruz

A pesca artesanal faz parte do DNA dos ribeirinhos do São Francisco, um rio que é base de subsistência de milhares de famílias e representa o conhecimento ancestral de um povo que vive em função do manancial. Porém, essa identidade cultural é posta à prova a cada ano. A crise ambiental e a diminuição do fluxo de água, confrontam diretamente o período mais crítico para a atividade, a Piracema.

A Piracema, que acontece nos meses de novembro até meados de fevereiro, é a época de reprodução dos peixes, quando eles migram para áreas específicas para desovar. Essa restrição leva milhares de ribeirinhos que sobrevivem da pesca a precisar parar de trabalhar com a venda dos peixes.

A interrupção sazonal da pesca é hoje agravada pela crise ambiental e a diminuição da vazão que assola a barragem de Sobradinho (BA). O Velho Chico já não corre como antes. A redução do nível da água é causada pelas mudanças climáticas, pela extração intensiva para irrigação e, de forma significativa, pela construção de barragens.


A crise ambiental é expressa nos dados oficiais, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) que monitoram e regulam o nível dos reservatórios, como Sobradinho e Xingó, para garantir o suprimento energético nacional. Contudo, essa priorização da geração hidrelétrica, com o controle da vazão feito pelas barragens, têm um impacto direto e negativo sobre o ecossistema. O monitoramento da ANA reflete a volatilidade do volume útil dos reservatórios, que em momentos de seca atinge patamares críticos, afetando a capacidade de o rio sustentar sua fauna (fonte: ANA - Sistema de Acompanhamento de Reservatórios).


A complicação é direta no ecossistema, quanto mais baixo o rio fica, menor a circulação de nutrientes e mais difícil é a reprodução das espécies, intensificando o impacto da Piracema em um ambiente já degradado.

Foto: Inês Eugênia Cruz

Com a interrupção obrigatória da pesca, o auxílio financeiro destinado a pescadores que dependem exclusivamente da atividade, chamado de Seguro-Defeso, é a principal garantia de sobrevivência dos trabalhadores. O benefício criado pelo Governo Federal de Dilma Rousseff em 2015, visa compensar a perda de renda durante os quatro meses do período. O valor do auxílio é, geralmente, equivalente a um salário-mínimo por mês, pago enquanto durar o período da restrição. A garantia deste sustento é vital, visto que quem desrespeita o defeso e pratica a pesca ilegal é punido severamente, sendo o ato considerado crime ambiental, com risco de detenção de até três anos e multa que pode variar de R$ 700 a R$ 100 mil, sendo acrescida de R$ 20 por quilo de pescado apreendido.


Contudo, o acesso ao benefício é dificultado devido às burocracias pendentes aos pescadores, relacionado a documentação e estar registrado no Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP), emitido pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). Como é relatado por Ana Ceres, o processo é "muito complicado", pois exige a apresentação de várias documentações e o depoimento de uma testemunha que comprove a atividade de pesca.


No período de espera pela liberação do Seguro-Defeso, os pescadores precisam encontrar outras formas de sustento. Sem poder pescar durante a piracema, muitos recorrem a atividades informais, como vender geladinho, fazer pequenos bicos e até estocar peixes capturados antes do início do defeso para vender ao longo desses meses. Há também quem compre peixe de outros pescadores que já têm estoque, apenas para revender e garantir alguma renda. Tudo isso acontece porque, enquanto o benefício não é confirmado, não há outra fonte estável de sobrevivência. 


A experiência dos pescadores artesanais do Vale do São Francisco é um retrato da dualidade entre a sobrevivência de milhares de famílias e de uma identidade cultural totalmente dependentes do rio, porém o manancial fragilizado pela poluição e a priorização do seu suprimento energético e a crise da vazão, controlada pelas barragens de Sobradinho e Xingó e a burocracia do Seguro-Defeso, que deveriam ser um suporte ágil, forçam a comunidade ribeirinha a incerteza e a informalidade. A voz de Ana e de tanto outros pescadores, é portanto, um apelo urgente para que a pesca artesanal continue sendo DNA do Velho Chico, que encontre não somente seu tempo biológico para que tenha mais vida, mas também um compromisso real entre as autoridades e a sociedade, para que os leitos do rio volte a ser de abundância e não de escassez.



Por Inês Eugênia Cruz e Maria Helena Almeida, estudantes de Jornalismo em Multimeios e colaboradores do MultiCiência.


Transição energética causa impactos socioambientais em serras do Semiárido Baiano

Apesar de prometer desenvolvimento sustentável, projetos de energia eólica e solar têm provocado desmatamento, perda de biodiversidade e conflitos com comunidades tradicionais no território do Sertão do São Francisco.
Foto: Chesf/Divulgação

A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, também chamada de COP 30, está discutindo soluções sustentáveis para limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5ºC até o final deste século. O evento, que está em sua 30ª edição, segue até o dia 21 de novembro, reunindo representantes de 198 países signatários dos tratados internacionais que discutem sobre o tema. 


Um dos momentos de destaque da abertura da COP 30, realizada em Belém (PA), na última quinta-feira (06/11), foi o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que defendeu a transição energética como uma das maneiras mais efetivas de conter o aquecimento global.


“Estou convencido de que, apesar das nossas dificuldades e contradições, precisamos de mapas do caminho para, de forma justa e planejada, reverter o desmatamento, superar a dependência dos combustíveis fósseis e mobilizar os recursos necessários para esses objetivos”, declarou o presidente durante o seu discurso. 


Mas você sabe o que é transição energética? 

A transição energética é o processo de substituição de fontes de energia fósseis como carvão, petróleo e gás natural por outras fontes energéticas consideradas renováveis e sustentáveis, a exemplo da energia solar e eólica. Estas são consideradas as melhores alternativas para se produzir energia de forma limpa e substituir o uso de combustíveis fósseis que são os principais responsáveis pela emissão de gás carbônico ou dióxido de carbono (CO2), que contribui diretamente para o fenômeno do efeito estufa. 


Apesar do discurso de sustentabilidade, projetos de energia renovável têm provocado impactos significativos em regiões como o Semiárido Baiano, especificamente nas cidades de Jaguarari e Campo Formoso, que até 2027 estão previstas obras como o Complexo Eólico Manacá. A instalação é um grande projeto híbrido de energia renovável da empresa Quinto Energy, que inclui 405 torres eólicas e 476 mil placas solares. A empresa recebeu licenciamento ambiental em 2023 e é considerado um dos maiores do país. A construção do complexo impacta diretamente o meio ambiente e as comunidades locais. A região abriga nascentes, aves e espécies raras da Caatinga, Mata Atlântica e Cerrado.


Comunidades indígenas, quilombolas e outros povos tradicionais são desproporcionalmente afetados pela transição energética no Brasil. A exploração de seus territórios para construção de barragens, usinas eólicas e a extração de minerais como lítio e cobalto resultam em enormes impactos a essas populações,  a exemplo da perda de seus territórios para exploração desses materiais, acarretando na destruição de memórias culturais destes povos. A exemplo do povo indígena Tuxá que tiveram seu território atingido pela construção da barragem de Itaparica (BA). 


Esses efeitos já são perceptíveis na região Semiárida e preocupam a coordenadora do movimento em defesa das serras brasileiras, o Salve As Serras (SAS), Maria Rosa Almeida. “Estão destruindo a biodiversidade, extinguindo comunidades e comprometendo a produção de alimentos, causando insegurança alimentar.” Ela ainda destaca em tom de denúncia o reflexo dessas ações aos animais e produtores. “Eu volto a falar da produção de alimentos caindo, porque as abelhas desaparecem, os morcegos desaparecem", afirma a coordenadora.

  

MAQUIAGEM VERDE


Ainda de acordo com o SAS, uma das estratégias utilizadas por esses empreendimentos energéticos é a desinformação, que vem sendo utilizada de maneira recorrente para que não se perceba com clareza os impactos irreversíveis das instalações de parques eólicos nos locais onde são instalados. A ação é chamada de Greenwashing, onde as empresas se utilizam de um marketing enganoso para passar a ideia de que são sustentáveis.


“O Estado atua como se fosse parte da empresa para promovê-la não apenas facilitando o licenciamento, mas também dando condições para que as empresas se sintam legitimadas nos territórios, além de acobertar crimes ambientais e aplicar multas irrisórias a elas”, destaca Almeida.


Desse modo, os acordos acabam beneficiando mais as grandes empresas do que os povos originários dessas terras, tornando essa ação mais uma transação, do que verdadeiramente uma transição energética. Visto que o capital se tornou o centro de um debate tão vital em meio às mudanças ambientais que o país enfrenta. 

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TRANSIÇÃO (IN)JUSTA


Nesse contexto, é difícil imaginar um cenário em que o país seja sustentado por energia 100% limpa, que não cause degradação ambiental e impactos sociais. Se faz necessário matrizes energéticas para manter a produção em massa que fomenta o consumismo da sociedade. A China, por exemplo, concentra quase 80% da produção de painéis solares, de acordo com o Programa de Sistema Fotovoltaicos da Agência Internacional de Energia (IEA PVPS). Porém, ainda tem o carvão como maior fonte de energia para suas indústrias. 

Em relação a outras formas de se promover a sustentabilidade, que não seja através da transição energética, Amilton Oliveira Mendes, ex-presidente da Associação de Ação Social e Preservação da Água, Fauna e Flora - ASPAFF,  enfatiza que é necessário o cumprimento da lei. “Eu acredito que o mínimo que a gente poderia estar fazendo para mitigar essas questões é pelo menos seguir a legislação, mas a nossa legislação está sendo flexibilizada, ela está sendo comprometida em nome desses avanços nesse processo de desenvolvimento”, concluiu.


A promessa de uma energia limpa e sustentável ainda esbarra em contradições profundas. Enquanto o discurso político se sustenta na ideia de progresso, comunidades inteiras seguem pagando o preço da chamada transição energética, que continua sendo mais uma transação de poder do que um caminho real para a justiça ambiental.



Por: Gabriel Santiago, Guilherme Leite, Guilherme Passos e João Paulo Coelho, estudantes de Jornalismo em Multimeios e colaboradores do Multiciência.

Do forno à feira: mãe e filha encontram na economia solidária a autonomia financeira com a produção de pães

Feira Territorial do Cesol reúne empreendimentos dos dez municípios do Sertão do São Francisco e mostra como a economia solidária transforma vidas e territórios

Foto: arquivo Cesol Sertão do São Francisco

Da direita para esquerda (Maria Helena Carvalho, Rayssa Carvalho e a agente de vendas 

do Apê do Pão nas feiras).


Entre fornadas de crostini e risadas que se misturam ao cheiro de pão fresco, mãe e filha se tornaram empreendedoras solidárias. O negócio “Apê do Pão” nasceu de forma modesta, no meio da pandemia, quando Rayssa Carvalho começou a produzir pães artesanais para ajudar nos custos da faculdade. A mãe, Maria Helena Carvalho, tinha outra profissão, mas em janeiro deste ano se uniu à filha e, pouco tempo depois, passou a se dedicar integralmente ao empreendimento. O que era uma renda extra se transformou em projeto de vida.

“Antes era só um hobby, algo pequeno. Hoje é profissional. Minha mãe saiu do antigo trabalho e está 100% dedicada ao Apê do Pão. E, isso, só foi possível por causa da rede de apoio do Cesol, que nos ajudou a crescer e acreditar no nosso potencial.” afirma Rayssa.
Foto: arquivo Cesol Sertão do São Francisco

Para Rayssa e sua mãe Maria, participar da Feira Territorial do Centros Públicos de Economia Solidária (Cesol) do Sertão do São Francisco é mais do que vender produtos, é se reconhecer como parte de uma rede de afeto, aprendizado e cooperação. Elas, que já participaram de diversas feiras promovidas pela instituição e consideram esse como um espaço fundamental para o crescimento do negócio e para o fortalecimento das relações entre os empreendimentos solidários do território.
Foto: arquivo Apê do Pão

“Cada feira é uma nova oportunidade. A gente trabalha com delivery e a divulgação é muito no boca a boca, mas esses eventos nos dão visibilidade, abrem portas e nos ajudam a alcançar novos clientes. A gente sempre troca muito com os colegas. Já aconteceu de a gente oferecer o nosso crostini junto com a geleia de outro empreendimento. Um ajuda o outro, e isso é o mais bonito na economia solidária: ninguém cresce sozinho.”, destacam as empreendedoras solidárias.  

Nesta edição da Feira Territorial, o Apê do Pão lança um novo sabor de crostini, parmesão com orégano, mantendo o mesmo ingrediente essencial que acompanha a trajetória do empreendimento desde o início: o trabalho compartilhado e o amor pelo que se faz. Entre pães, memórias e afetos, a história de Maria Helena e Rayssa se entrelaça à de muitas mulheres que encontraram na economia solidária uma forma de gerar renda, fortalecer vínculos e reafirmar o valor da produção local no Sertão do São Francisco.

Economia solidária e o sabor do trabalho coletivo

No território do Sertão do São Francisco, a economia de empreendimentos como o de Rayssa e sua mãe contam com o apoio dos Centros Públicos de Economia Solidária (Cesol), que são espaços multifuncionais criados pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) em parceria com a sociedade civil organizada. Eles oferecem assistência técnica gratuita, ajudando empreendimentos a aprimorar gestão, qualificar produção, desenvolver embalagens e estratégias de marketing e acessar novos mercados.

Atualmente, a Bahia conta com 17 centros públicos em diferentes territórios de identidade. O Cesol Sertão do São Francisco, com sede em Juazeiro e gestão da Associação de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável e Solidário do Estado da Bahia (Adesba), presta assistência a 96 empreendimentos de economia solidária e agricultura familiar na região. De acordo com a Setre, a economia solidária movimentou quase R$ 60 milhões na Bahia entre 2023 e abril de 2025, impulsionando cerca de 1.900 empreendimentos e gerando renda para mais de 75 mil pessoas em todo o estado.

Com o apoio técnico do Cesol, o Apê do Pão passou a se profissionalizar. A equipe ajudou desde o cálculo de custos até a divulgação digital, e o resultado foi o aumento da produção e a chegada dos produtos a novos mercados, inclusive à loja da Rede em Salvador.

“O Cesol nos ensinou a precificar, a rotular, a apresentar melhor nossos produtos. Hoje, o crostini que nasceu na cozinha de casa está sendo vendido fora de Juazeiro. É um sonho que a gente não imaginava tão próximo”, diz Rayssa Carvalho.

Feira Territorial: vitrine da produção e da coletividade
Foto: arquivo Cesol Sertão do São Francisco


A Feira Territorial do Cesol Sertão do São Francisco é um espaço de comercialização e também de troca de saberes, formação e reconhecimento do trabalho coletivo. Durante o evento, acontecem rodas de conversa, plenárias e apresentações culturais que reforçam o compromisso com o desenvolvimento sustentável e o consumo consciente.
Foto: arquivo Cesol Sertão do São Francisco

O evento é promovido pelo Cesol Sertão do São Francisco, acontece em Juazeiro e reúne 70 expositores de dez municípios, como Campo Alegre de Lourdes, Remanso, Casa Nova, Curaçá, Canudos, Uauá, Sobradinho, Sento Sé, Pilão Arcado, com uma diversidade de produtos que refletem a riqueza produtiva e cultural do território semiárido: doces, queijos, licores, artesanatos e alimentos agroecológicos
Foto: arquivo Cesol Sertão do São Francisco

A Feira Territorial de Economia Solidária do Sertão do São Francisco acontece nos dias 7 e 8 de novembro de 2025, das 16h às 22h, na Orla II de Juazeiro. Reunindo 70 empreendimentos de 10 municípios do território, contando com , o evento é promovido pelo Cesol Sertão do São Francisco, em parceria com a Setre e a Adesba. Durante o evento, acontecerão apresentações culturais que reforçam o compromisso com o desenvolvimento sustentável e o consumo consciente, entre outras atividades. 

Mais do que uma vitrine para a comercialização de produtos, a feira se consolida como um espaço de fortalecimento das redes locais e de valorização das iniciativas que fazem da economia solidária um instrumento de transformação e autonomia no semiárido baiano.

SERTRE

Fonte: https://www.ba.gov.br/trabalho/noticias/2025-05/5926/economia-solidaria-na-bahia-tem-injecao-de-r-60-milhoes-em-tres-anos


Por Meiwa Magalhães, estudante de Jornalismo em Multimeios e colaboradora do Multiciência.

Anaelson: quando o rádio escreve o roteiro da vida

“Fiz várias viagens pelo mundo sem sair do lugar”. Essa era a sensação de Anaelson Leandro de Sousa ao sintonizar, do seu quarto, em Campina Grande (PB), estações de rádio de diversos países. Ali, ele se imaginava em diversas culturas, saindo das Américas e chegando na Ásia, passando pela Europa. Ele costumava ouvir rádio durante a noite, momento em que as condições climáticas eram favoráveis a obter de forma mais diversa o sinal das emissoras.
Foto: Arquivo Pessoal

Apesar de seu encanto pelo rádio, Anaelson não planejava seguir o caminho da comunicação. Seu desejo era ser professor de história. Prestou vestibular para a Universidade Federal da Paraíba, mas não obteve êxito. Foi então que participou do processo seletivo de 1994 para o curso de Jornalismo da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, o único no interior do Nordeste, e passou. “Fiz ali, talvez, meio desacreditado, porque o jornalismo era muito concorrido, vinha gente do Maranhão, da Bahia, Rio Grande do Norte, Piauí, então eu não tinha muita expectativa”.

Em 1998, ainda durante a faculdade, Anaelson fez o curso de Radialismo na então Escola Técnica Federal da Paraíba, hoje Instituto Federal da Paraíba (IF-PB), em João Pessoa, onde se formou, na 5ª turma do curso.

Logo após a conclusão da graduação, ele se mudou para Paulo Afonso, no norte da Bahia, onde trabalhou como jornalista responsável pelo Jornal Catedral. Um ano depois, muda-se novamente, desta vez para atuar na área do jornalismo científico, no Instituto de Pesquisa Xingó, cobrindo pautas entre as cidades de Piranhas (AL) e Canindé do São Francisco (SE), por aproximadamente um ano, antes de resolver seguir carreira acadêmica. 

Antes de se tornar professor na Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Anaelson lecionou em outras instituições de ensino superior do estado. Em 2001, foi selecionado para ser professor substituto na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), em Ilhéus, ministrando, principalmente, disciplinas ligadas à produção radiofônica, no curso bacharelado de Rádio e TV. Ele é um dos fundadores do projeto de rádio experimental do curso, o RADICOM, que, posteriormente, originou a Rádio UESC, ativa até hoje.

Em 2004, ele se desvincula da UESC para ser professor em Vitória da Conquista, no curso de Jornalismo da Universidade do Sudoeste da Bahia (UESB), onde atuou como coordenador do laboratório de rádio, embora atuasse mais como professor das disciplinas sobre narrativas e gêneros jornalísticos. Apenas em 2011, ele chega ao curso de Jornalismo em Multimeios da UNEB, em Juazeiro-BA, como professor colaborador. Mesmo ainda na UESB, viajava aos sábados para ministrar aulas na cidade, além de participar da vida acadêmica do curso, como da 1ª Edição do Encontro de Comunicação do Vale do São Francisco (ECOVALE), quando ofertou uma oficina de rádio.

Anaelson passa a integrar o quadro efetivo de docentes da UNEB, em julho de 2012, quando sua remoção da UESB é oficializada. Era um momento bem específico, diversos professores do curso de Jornalismo em Multimeios, entraram de licença para o mestrado e doutorado. 

Anaelson, que já era Mestre, passa a substituir os docentes nas disciplinas e nos projetos, é assim que ele chega na Agência MultiCiência, onde permanece como coordenador entre os anos de 2013 e 2014, enquanto a professora Andréa Cristiana Santos estava em seu doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).


A MultiCiência no São João de Campina Grande


Durante o período em que coordenou a MultiCiência, realizou uma das coberturas mais marcantes da agência - o São João de Campina Grande -, por meio de uma parceria com o “Projeto Repórter Junino”, coordenado pelo professor Fernando Firmino da Universidade Federal da Paraíba (UEPB).


Equipe da MultiCiência nos bastidores da cobertura do São João de Petrolina em 2014. 

Na imagem, os estudantes Clau Marques, Augusto Jackson, Brena Rayane e Fabiana Silva com o professor Anaelson Leandro

Foto: Arquivo
O Repórter Junino, que funciona desde 2005, utiliza os festejos juninos como um grande laboratório de produção multimídia. Em 2014, alguns integrantes da MultiCiência viajaram até Campina para participar dessa cobertura. Os estudantes de Jornalismo em Multimeios, ligados à agência, foram credenciados como imprensa e tinham acesso aos bastidores da festa. “[Os alunos] são tratados como profissionais, têm acesso aos artistas. Então temos fotos com Targino Gondim, e com outros nomes do São João”, explicou o professor.


Equipe da MultiCiência entrevista o cantor Targino Gondim
Foto: Karlla Ferreira/Repórter Junino

“Foi uma experiência muito boa, produzimos matérias. Penso que a MultiCiência, apesar de ter essa palavra-chave ciência, como mais forte, a gente considera também a questão cultural.” afirmou o professor, relembrando a cobertura.

Além da cobertura do São João em Campina Grande, durante seu tempo à frente da agência, Anaelson destaca a participação dos estudantes na cobertura de outros grandes eventos da região - tradição da MultiCiência - como a maior feira de fruticultura irrigada da América Latina, a Fenagri, que também contou com as reportagens da agência. “O importante era não deixar a MultiCiência diminuir o ritmo de produção, com a ausência da professora Andréa, que é a iniciadora. Então, demos continuidade ao projeto, mesmo com outra cara”, destaca o professor. 

Hoje, aquele menino que um dia viajou ouvindo o rádio ensina novas gerações que, no futuro, farão outras pessoas viajarem pelas mesmas frequências que, sem que ele planejasse, acabaram traçando o roteiro da sua vida.


Por João Pedro Saraiva, estudante de Jornalismo em Multimeios na Uneb e colaborador da Agência de Notícias MultiCiência.

Segunda edição do Encontro de Agências de Notícias das Escolas do Vale do São Francisco na UNEB vai discutir o combate a desinformação

No dia 04 de novembro de 2025, a partir das 8h, no auditório do campus III da Universidade do Estado da Bahia, em Juazeiro, vai ser realizado o II Encontro de Agências de Notícias das Escolas do Vale do São Francisco. O evento é uma ação da Agência de Notícias de Ciência, Educação e Tecnologia MultiCiência, vinculada ao Departamento de Ciências Humanas, Campus III, da Universidade do Estado da Bahia, em Juazeiro, e do Núcleo Territorial de Educação – NTE 10.

Com o tema “As agências de notícia nas escolas e o combate à desinformação”, o encontro tem como objetivo promover um espaço de troca de aprendizado, informação e integração entre estudantes, professores e projetos de educação midiática na educação básica, universidade e região. 

Além de palestras, o encontro também vai realizar oficinas de como montar uma agência de notícias, entrevista e reportagem, podcast, edição de vídeo, fotografia e reportagem para as redes sociais realizadas pelos estudantes e monitores da MultiCiência. 


Sofia Carvalho, estudante do segundo ano do ensino médio, do Colégio Estadual Pedro Raymundo Moreira Rego, participou do primeiro encontro e agora também vai estar nesta edição. “Foi incrível e aprendi muito. Agora eu e meus colegas vamos ter mais uma oportunidade de aprender e nos preparar para o futuro”, fala animada a discente.  
A professora do curso de Jornalismo em Multimeios da UNEB e coordenadora da Agência MultiCiência, Carla Paiva, espera que a segunda edição do encontro continue com a proposta de desenvolver as habilidades dos estudantes em educação digital e midiática e que seja um espaço com maior envolvimento entre professores, alunos e alunas, educação básica e ensino superior para combater a desinformação.
“Nossa perspectiva, desde o primeiro encontro, é ampliar a troca de conhecimentos e a relação entre jornalismo e ciência. O primeiro evento investiu na formação dos estudantes para as agências escolas, agora o objetivo é aperfeiçoar o trabalho dessas agências no processo de combate a desinformação e apuração de notícias”, completa a professora.

Imagens do I Encontro de Agências de Notícias do Vale do São Francisco na UNEB. 

Fotos: Reprodução Instagram MultiCiência












 







Para abordar esse tema, o encontro vai contar com a participação de Victor Terra, jornalista e repórter da Agência Lupa. A Lupa trabalha com o combate à desinformação há 10 anos, através de fact-checking.O fact-checking (checagem de fatos) é o processo de apurar a veracidade de informações, discursos públicos ou postagens em redes sociais. Seu objetivo principal é corrigir e combater a desinformação, apresentando dados e fontes que comprovem ou desmintam uma alegação.
Victor Terra, jornalista e repórter da Agência Lupa. Foto: Arquivo Pessoal 

Mas para a Lupa, trabalhar com a checagem de fatos não era o suficiente para combater a desinformação. “Uma das ações importantes para gente agora é a educação midiática. Não basta somente a Lupa entregar o conteúdo comprovando ou desmentindo uma informação, é preciso aplicar processos formativos com eficácia e impacto na sociedade. A gente ensina para que o leitor possa, de alguma forma, ser o seu próprio ‘checador’”, explica Vitor.

Buscar fortalecer a comunicação nas escolas e discutir o papel das agências de notícias no enfrentamento à desinformação é essencial na era digital. Clique AQUI para se inscrever no II Encontro de Agências de Notícias das Escolas do Vale do São Francisco.

Por João Pedro Tínel, estudante de Jornalismo em Multimeios na UNEB e monitor da Agência de Notícias MultiCiência. 

Repórter do Multi por um Dia: protagonismo estudantil e integração entre educação e comunicação.


Foto: Carla Paiva

“Repórter do Multi por um Dia” é um quadro do projeto de extensão Agência de Notícias MultiCiência, que tem se destacado nas redes sociais, como Instagram e TikTok, pelo protagonismo estudantil, divulgação científica e jornalismo contextualizado. Nesta nova temporada, o quadro vem atuando com adolescentes de escolas estaduais da Bahia, convidando os estudantes das escolas públicas de Juazeiro(BA) a refletirem sobre a importância do jornalismo científico e estreitando a relação da universidade com as escolas.


A MultiCiência produz e distribui informação sobre educação, ciência e tecnologia dentro e fora da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus III, Juazeiro (BA). O quadro “Repórter do Multi por um Dia” nasceu com o intuito de fortalecer o acesso ao blog MultiCiência. O antigo monitor bolsista do projeto, Matheus Navais, notou que, mesmo com a rotina de publicações de textos, o blog continuava com o engajamento baixo. Foi daí que surgiu a ideia de conectar o blog às plataformas Instagram e TikTok, onde cada vez mais jovens estão inseridos.


Os vídeos publicados nas redes da MultiCiência partem de alguma matéria já publicada no blog, transformando o conteúdo textual em um resumo da reportagem, fazendo com que o interesse da pessoa que está consumindo aquele assunto seja direcionado ao blog. Os vídeos duram, em média, um minuto e meio, o que contribui ainda mais para a curiosidade e o desejo de acessar o blog e ler a matéria completa.



Uma nova fase de produção



Antes a produção era feita por discentes do primeiro período do curso de Jornalismo em Multimeios, nessa nova fase, a produção do “Repórter do Multi por um Dia” extrapola os muros da Universidade e realiza oficinas de reportagem com os estudantes das escolas públicas de Juazeiro(BA). No último dia 14 de outubro, alunos do Colégio Paulo José de Oliveira (Paulão), da Agência de Notícias Vozes do Paulão, participaram da oficina com o propósito de trabalhar, de forma prática, os processos de produção e linguagem jornalística, que vão da produção textual até o modo de se portar diante das câmeras. Tudo o que eles produziram na oficina será divulgado nas redes sociais da MultiCiência.


“Eu já conhecia a agência, pelas redes sociais, e gostei bastante de ter a oportunidade de criar um vídeo para o quadro. Creio que essas oportunidades ajudam os alunos a ficarem mais informados sobre a região, e também desenvolvem a escrita e leitura.” afirmou Kaio Sousa, estudante do 2º ano B que participou da oficina.


O processo para a criação do vídeo é colaborativo e passa por várias etapas. Primeiro, a equipe de produção faz a escolha do texto que será adaptado para vídeo. Em seguida, o estudante precisa se inscrever para ser repórter ou é selecionado para participar. Ele faz essa inscrição pelo próprio Instagram da MultiCiência, recebe todo o material e o roteiro. Quando acontecem as oficinas nas escolas, os estudantes se dividem em grupos e são auxiliados pelos produtores do quadro. Depois, vem o momento da gravação, em que os alunos exercitam a captação de imagem, e o repórter ou a dupla de “jornalistas” tem uma preparação que envolve instruções de interpretação e ambientação. 


A equipe do quadro conta com a participação dos monitores voluntários do próprio projeto de extensão e estudantes de Jornalismo em Multimeios Gabriel Santiago, Guilherme Leite, Guilherme Passos, Meiwa Magalhães, Rayssa Keuri, João Pedro Saraiva e as professoras Carla Paiva e Raiane Sousa que coordenam o projeto MultiCiência.


Para Meiwa Magalhães, estudante de Jornalismo e uma das idealizadoras do quadro, o projeto é um espaço de aprendizado que contribui para a permanência dos alunos na graduação e estimula o interesse em participar de projetos de extensão, que são fundamentais na formação acadêmica. 


“Acredito que o quadro tem um papel importante por estar inserido em um projeto de extensão, atuando dentro e fora da universidade. Internamente, incentiva os estudantes dos primeiros períodos a se aproximarem da prática do curso, contribuindo para a permanência e o interesse em projetos de extensão, fundamentais na formação acadêmica. Externamente, ao chegar às escolas públicas, amplia o alcance da universidade e aproxima os jovens do jornalismo, inspirando-os e mostrando que a comunicação é acessível e faz parte do nosso cotidiano”, avalia Meiwa.



Por Anne Carvalho e Gabriel Matos, estudante de Jornalismo em Multimeios e colaboradores do Multiciência.